Ontem tive um daqueles momentos em que fica claro que morar em San Francisco esta muito para la de qualquer comparacao com Lisboa. Estava eu a acabar de comprar um casaco da Levi's por 2 contos quando o Nuno me ligou a dizer para ir ter com ele a Haight Street (vejam na wikipedia o siginificado mitico do cruzamento da Haight com a Ashbury) para assistir a uma sessao de book signing pelo Ray Manzarek, teclista dos Doors. Ora eu la fui. E foi qualquer coisa... Pude ve-lo (e ouvi-lo!) a explicar como surgiu Light My Fire, a partir de musica de Cannonball Adderley, John Coltrane, Jose Feliciano, Herbie Hancock e... J.S. Bach. Isto enquanto tocava. Muito bom! Depois tocou Riders On The Storm, com o escritor do livro, Ben Fong-Torres, lendario jornalista e escritor, o ultimo a entrevistar Jim Morrison. De facto o unico problema foi Fong-Torres ter, de facto, uma excelente voz para a escrita.
Ray fez comentarios engracados a proposito do filme de Doors: "Stone e obviamente um homem da erva e do po branco, nunca poderia realizar bem um filme psicadelico. Basta ver o momento em que, no filme, Jim Morrison, entra em parafuso e a minha personagem diz 'he must be on some low grade acid'. Ora, qualquer pessoa que tome acido sabe perfeitamente que isso nao existe. Nao ha 'low grade acid'. There is 'acid' and there is 'no acid'. nothing in between";
Pelo meio, aproveitou para, respondendo a uma pergunta, dizer que nunca foi fa dos Grateful Dead, que os mocos exageravam um pouco no improviso e que se podiam lembrar de afinar os instrumentos de vez em quando (heresia dizer uma coisa destas estando na Haight, onde ate Ben&Jerry's vende gelado de sabor 'Cherry Garcia' (Jerry Garcia era o lider dos Dead, jam band emblematica de San Francisco e da Haight).
Para acabar, fomos para a fila dos autografos fazer figura de ursos:
Nuno(para o Ben Fong-Torres): So lhe quero apertar a mao, nao quero o seu autografo, que voce nao escreveu este livro.
Ray Manzarek (para o Nuno): Este e um belo livro, espero que gostes.
Resposta do Nuno: Acho bem que sim, senao quero o dinheiro de volta.
Eu(para o Ray, sem nada para ele assinar): Sabes, trabalho com o teu vizinho Robb Shawley.
Ray(pensando:aparece-me cada cromo...): Quem diria, o mundo e mesmo pequeno, deixa la apertar-te a mao.
Eu: Posso mandar um CD por ele para tu assinares?
Ray(pensando:foooooooda-se...): Claro que sim.
Alexandre(amigo do Nuno e do Bafonso) da ao Ray um saco de papel amarfanhado para ele assinar. Ray finge espirrar para o papel e depois assina. Ray provavelmente decide nunca mais fazer sessoes de autografos.
terça-feira, novembro 21, 2006
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2 comentários:
já tenho o computador todo pegajoso por cuspir 7up quando leio o que escreves por aqui e não consigo segurar as gargalhadas.
já decidi que a partir de agora é só aguinha - que é bem melhor para a linha e para o monitor.
um abracinho à la dave matthews.
(hoje ando com muitos inhos pegados às palavras. não ligues, sim?)
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